Por: Mariana Teran Silva, Amanda Soriano Araujo Barezani (amanda.barezani@ifmg.edu.br), Ariane Flavia do Nascimento, Herman Sander Mansur, Nadia Sueli Vieira Capanema
O aumento da demanda por produtos de origem animal, impulsionado pelo crescimento populacional, exige maior eficiência reprodutiva na pecuária, e para isso, biotecnologias da reprodução são vitais. Para viabilizar essas biotecnologias, materiais de consumo descartáveis, como luvas de palpação retal, são imprescindíveis. As luvas de palpação disponíveis no mercado brasileiro são constituídas materiais derivados do petróleo e, portanto, não são sustentáveis.
Atualmente existem alternativas biodegradáveis aos polímeros de petróleo disponíveis no mercado, no entanto não são utilizados para a confecção dos materiais de consumo de uso na reprodução animal. Torna-se então importante a proposta da produção destes materiais a partir de uma matéria prima sustentável, biodegradável.
Assim, objetivou-se com este projeto, desenvolver e produzir um protótipo de luva de palpação biodegradável, não tóxica para espermatozoides e com alta eficiência de aplicação. Para execução, a metodologia se constituiu em cinco etapas. Inicialmente foi realizado o estudo, desenvolvimento e seleção do biopolímero a ser utilizado como material para confecção da luva. Posteriormente, realizou-se com o biopolímero escolhido, o teste de espermiotoxicidade in vitro através da análise da motilidade espermática e da análise de integridade da membrana dos espermatozoides. Os resultados foram submetidos a análises estatísticas. Após constatar a atoxicidade do biopolímero em relação aos espermatozoides, procedeu-se á confecção do protótipo de luva de palpação.
O protótipo foi confeccionado com base em dois modelos comparativos de luvas comerciais, quanto às suas dimensões. Depois de pronto, o protótipo estar foi submetido a teste de resistência mecânica através do ensaio tensão-deformação e teste de análise tátil através da simulação da identificação da cérvix de uma vaca, em um manequim de treinamento para inseminadores.
Figura 1 – Teste de integridade de membrana em espermatozoides, em A membrana rompida e em B membrana íntegra.
Fonte: Autoria própria (2024).
Como resultado, o biopolímero selecionado apresentou-se efetivo. No teste de espermiotoxicidade in vitro, a análise de motilidade espermática e análise de integridade de membrana demonstraram valores semelhantes aos da literatura reportada. O protótipo da luva foi feito com sucesso. Se apresentou eficiente quanto à análise tátil, considerando que com o protótipo foi possível identificar a estrutura do manequim que simula a cérvix de uma fêmea bovina. E, eficiente quanto à resistência mecânica, ao ser submetido à análise de tensão-deformação, o material não se fraturou enquanto se deformava elasticamente.
Concluiu-se então que a mucosa teste é atóxica aos espermatozoides e atende às exigências táteis e mecânicas necessárias. Além disso, a utilização do biomaterial representa um avanço sustentável significativo no setor da pecuária.
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