Por Francielle Louise Jesus de Paula e Profa Meryene de Carvalho Teixeira (meryene.carvalho@ifmg.edu.br)

Já pensou em aprender química orgânica por meio de jogos? Isso já é uma realidade em nosso Campus! O uso de jogos em salas de aula tem demonstrado resultados significativos no processo de construção do conhecimento. Assim, o termo Gamificação abriu espaços para estratégias pedagógicas mais prazerosas, por meio dos recursos e da lógica que são utilizados nos games.

O uso de jogos no processo de aprendizagem já está previsto como uma forma de busca ativa pelo conhecimento, capaz de levar o estudante ao desenvolvimento de competências socioemocionais previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esta é uma das perspectivas que visam o desenvolvimento do discente por meio da participação autônoma e dinâmica, que possibilita a apropriação do conhecimento de forma positiva e desafiadora.

Devido ao contexto da pandemia causada pelo COVID-19 em que o ensino presencial precisou ser adaptado para ENP (Ensino Não Presencial), percebeu-se a desmotivação e a falta de participação por parte dos estudantes nas atividades disponíveis no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Assim, viu-se a necessidade de implementar metodologias ativas para complementar os conteúdos dispostos nessa plataforma deixando o conteúdo de Química III um pouco mais atraente, convidativo e facilitando a assimilação do conhecimento.

Os princípios do aprendizado baseados em games se dá pela versatilidade na elaboração dos diversos tipos de jogos, bem como a atmosfera que é criada ao jogar. Os estudantes se transformam em jogadores e o aprendizado se torna mais divertido, viciante, envolvente, encorajando a reflexão do que está sendo aprendido, permitindo novas oportunidades de aprendizagem e a avaliação da professora por meio de feedbacks corretivos.

Com o propósito de motivar os estudantes na construção do conhecimento ativo, bem como a fixação de conteúdos de forma lúdica em ambientes mais desafiadores e atraentes, foram construídos dois jogos interativos na plataforma Wordwall (Figura 1). Essa plataforma on-line possui limite gratuito para a criação de atividades personalizadas como questionários, competições, jogos de palavras e outros, que está disponível para computador e smartphone.

Figura 1: Página de identificação do Wordwall.
Fonte: Arquivo pessoal.

Os jogos foram desenvolvidos de acordo com a ementa da disciplina do curso. Assim, o tema do primeiro jogo foi Hidrocarbonetos. Há vários estilos de jogos na plataforma, assim para essa temática, utilizou-se o modelo “arraste e solte” tendo como estratégia a ligação entre a classificação da cadeia carbônica à molécula que apresente essa classificação (Figuras 2 e 3). 

Figura 2: Instruções sobre o jogo com o tema Hidrocarbonetos.
Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 3: Início do jogo do tipo “arraste e solte” sobre Hidrocarbonetos: Classificação de cadeias carbônicas.
Fonte: Arquivo pessoal.

O segundo jogo aplicado foi sobre a temática Funções Orgânicas, utilizando o estilo “labirinto”, conhecido por alguns como “come, come”. Nele o jogador deve identificar na imagem fornecida no canto inferior esquerdo o grupo funcional apresentado e passar pelos labirintos, sem ser pego, até chegar no local onde o nome da função se encontra (Figuras 4 e 5).

Figura 4: Instruções sobre o jogo com a temática Funções Orgânicas.
Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 5: Iniciando o jogo sobre Funções orgânicas.
Fonte: Arquivo pessoal.

Durante a implementação, a primeira impressão por parte dos estudantes foi de interesse, já que os jogos possuem esta característica de atrair diversos públicos. Um aspecto importante que despertou a competitividade dos jogadores está relacionado ao ranking que é disponibilizado ao final da partida. Assim, os jogadores se sentem mais comprometidos com o estudo da matéria proposta, para atingir melhores colocações no ranking. Por fim, observou-se que o uso combinado do ensino e gamificação se mostraram promissores.