Quarta, 27 Outubro 2021 16:38

Aprendendo sobre acessibilidade e reciclagem por meio dos pisos táteis

Homem com bengala utilizando piso tátil. Homem com bengala utilizando piso tátil.

Por Williana Cristina Guimarães Costa (williana.2611@yahoo.com.br), Guilherme Aparecido Couto (guilhermecouto_010@outlook.com), Meryene de Carvalho Teixeira (meryene.carvalho@ifmg.edu.br) e Tatiana Aparecida Ribeiro dos Santos Benfica (tatiana.benfica@ifsudestemg.edu.br)

Acessibilidade não significa apenas ter acesso a um local desejado, mas também que este local permita que a pessoa consiga se situar em relação aos ambientes e as atividades que nele ocorrem sem precisar solicitar qualquer tipo de orientação. A falta de autonomia pelo deficiente reforça ainda mais a necessidade de acessibilidade.

Em 1965 o inventor japonês Seiichi Miyake, por causa de seu desejo de ajudar um amigo, criou o piso tátil melhorando a maneira como as pessoas com deficiência visual circulavam por espaços públicos ao redor do mundo.

A inserção dos pisos táteis contribuem para nortear os não-videntes ou as pessoas com baixa visão a fim de que estes possam trafegar com segurança. Tendo como referências as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas, estes são subdivididos em piso de alerta (Figura 1A) que indica a iminência de obstáculos no plano ou suspensos, mudanças de plano (escadas, rampas), mudanças de direção e presença de objetos; e o piso direcional (Figura 1B) que indica o caminho a ser percorrido com segurança.

Figura 1 – Piso tátil de alerta (A); piso tátil direcional (B). Fonte: CANVA.

Figura 1 – Piso tátil de alerta (A); piso tátil direcional (B).
Fonte: CANVA.

Além de identificar os caminhos com o apoio de uma bengala, as pessoas também o fazem com a ajuda de cães-guia, ou sentindo-os através dos seus sapatos.

Hoje em dia, os pisos táteis são fabricados por materiais como inox, concreto e também polímeros (plásticos). Algumas empresas fabricantes desses pisos, já os confeccionam utilizando materiais recicláveis como pneus, PVC (material de canos), poliuretano e borrachas recicláveis. Essa confecção via materiais recicláveis é de extrema importância, pois observam-se grandes problemas no âmbito social, ambiental, econômico e de saúde pública devido ao excesso de lixos plásticos.

Falando em plástico, aqui no IFMG Campus Bambuí temos os iogurtes que são comercializados em potes de PEAD, um tipo de polímero muito utilizado para guardar alimentos. A quantidade descartada desses potes é bastante grande e, por isso, decidiu-se utilizá-los como matéria-prima para confecção de pisos táteis unindo o desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a sustentabilidade.

A atividade extensionista também está presente nesse projeto por meio do trabalho conjunto entre os autores do projeto e a comunidade. Após pandemia, os autores promoverão ações de intervenção em escolas públicas de Bambuí mostrando a importância desses pisos para as pessoas cegas ou com baixa visão e que os espaços que possuem esses pisos devem ser respeitados não colocando nenhum tipo de material que vá interferir na circulação das pessoas que dele dependam (Figura 2).

Figura 2: Simulação de posicionado indevido de um banco em uma praça em cima do piso tátil. Fonte: próprio autor.
Figura 2: Simulação de posicionado indevido de um banco em uma praça em cima do piso tátil.
Fonte: próprio autor.

Além disso, a ação também levará a temática Sustentabilidade e Reciclagem para debate com os estudantes dessas instituições de ensino.

Última modificação em Quarta, 27 Outubro 2021 17:40

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