Por Marcos Roberto Ribeiro (marcos.ribeiro@ifmg.edu.br)

Muito provavelmente você já usou software livre e, talvez, nem tenha percebido. Os softwares livres são aplicativos com licenças que garantem certas liberdades, inclusive a disponibilização do código fonte. Basicamente, um software livre é um programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem qualquer restrição.

Richard Stallman (fundador da FSF)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Matthew_Stallman

A história do software livre começou na década de 1980, quando Richard Stallman fundou o projeto GNU (https://www.gnu.org/) e a Free Software Foundation (FSF) (https://www.fsf.org/). Inicialmente, o projeto disponibilizava softwares livres para os sistemas operacionais proprietários existentes. O movimento do software livre ganhou mais força na década de 1990 quando Linus Torvalds criou e disponibilizou o sistema operacional Linux (https://www.kernel.org/). A partir de então, começaram a surgir as distribuições Linux que reúnem tanto o sistema operacional Linux quanto uma coleção de softwares livres disponibilizados de forma conjunta.

Linus Torvalds (criador do Linux)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Linus_Torvalds

Além do Linux, existem alguns softwares livres bastante conhecidos como a suíte de escritório LibreOffice (https://www.libreoffice.org/) e o navegador Firefox (https://www.mozilla.org/firefox/). Outro exemplo bastante significativo é a Wikipédia (https://pt.wikipedia.org/), a maior enciclopédia do mundo. Além disso, desde o início dos anos 2000, o Linux é o sistema operacional mais utilizado em servidores e, mais recentemente, está disponível em milhões de smartphones na forma do sistema Android (https://www.android.com/).

Além dos exemplos mais famosos, existem softwares livres para as mais variadas finalidades tais como softwares educacionais, pesquisas científicas, engenharia, gerenciamento financeiro, administração de empresas e aplicativos para dispositivos móveis. Existem muitos casos de sucesso na adoção de softwares livres por parte de órgãos governamentais, trazendo redução de gastos e independência.

Uma característica marcante dos softwares livres é a licença que garante que o software é livre. Existem diversos tipos de licenças, algumas mais restritivas e outras menos. O mais interessante é que tais licenças mantêm a autoria do software ao mesmo tempo que garantem as liberdades básicas de distribuição e modificação do código. Do ponto de vista econômico, os softwares livres são também muito importantes. Tanto que, atualmente, existem diversas fundações de softwares livres mantidas por empresas e governos. Essas fundações garantem o desenvolvimento contínuo do software e disponibilizam o mesmo para toda a sociedade.

É muito importante que a sociedade conheça melhor e utilize softwares livres quando possível. Isso pode trazer benefícios inclusive para o combate a pirataria. Além de serem ilegais, os softwares piratas representam um sério risco, uma vez que podem conter códigos maliciosos para roubar informações dos usuários. Além disso, pelo fato de ter o código fonte disponibilizado, os softwares livres são constantemente melhorados por uma comunidade de desenvolvedores que aumenta mais ainda a sua segurança.

Qualquer um pode participar do movimento do Software Livre, mesmo que não conheça nenhuma linguagem de programação. As pessoas podem ajudar com doações financeiras, documentação, tradução, ou mesmo na criação de tutoriais para usuários iniciantes. Para conhecer mais sobre software livre, podem ser usadas as ferramentas de busca comuns da Internet ou os diretórios de softwares livres da FSF (https://directory.fsf.org/), GNU (https://www.gnu.org/software/) e Source Forge (https://sourceforge.net/directory/). No caso de aplicativos para smartphones, pode ser usado o F-Droid (https://www.f-droid.org/).