Por: Mariana Morais Sousa, Juliene Vitória da Silva de Andrade, Gabriel de Castro Jacques (gabriel.jacques@ifmg.edu.br)

As mariposas, insetos da ordem Lepidoptera, costumam ser associadas à camuflagem e mimetismo, mas algumas espécies levam sua aparência a um nível totalmente diferente. É o caso da Acherontia atropos, conhecida popularmente como borboleta caveira ou borboleta da morte (figura 1 acima). Seu nome e sua aparência podem parecer assustadores, mas esse inseto é, na verdade, um símbolo de mistério e adaptação impressionante na natureza.

O nome desta mariposa tem origem na mitologia grega. “Acherontia” faz referência ao rio Aqueronte, um dos rios do submundo por onde as almas dos mortos viajavam. Já “atropos” vem de Átropos, uma das três Moiras, divindade responsável por cortar o fio da vida dos mortais. Com essa inspiração sombria, não é de se surpreender que essa mariposa tenha conquistado uma aura mística ao longo dos séculos.

Além do visual icônico, essa mariposa é uma verdadeira recordista do vôo! Ela detém o título de voo mais longo já registrado por um inseto e pode atingir impressionantes 69 km/h. Mais do que isso, ela possui um talento extraordinário: consegue manter sua direção mesmo contra ventos fortes, ajustando sua altitude e táticas de vôo conforme necessário. Com essa habilidade, pode migrar da Europa para a Ásia em busca de melhores condições climáticas.

Apesar de sua aparência marcante e de seu nome carregado de simbolismo, a borboleta caveira é totalmente inofensiva para os humanos. No entanto, por séculos, sua imagem foi associada a maus presságios, sendo vista como um mensageiro da morte em algumas culturas. Mas na verdade, essa mariposa é um espetáculo da evolução e merece ser apreciada por sua beleza exótica e suas habilidades incríveis.

Gótica, veloz e cheia de história: a Acherontia atropos prova que a natureza sabe como criar verdadeiros ícones!