Por Aline Menezes de Lima, Mariana Alves da Silva Cunha, Milena Teixeira Barbosa e Gabriel de Castro Jacques (gabriel.jacques@ifmg.edu.br)

A onça-pintada (Panthera onca), figura 1 acima, é o maior felino das Américas e desempenha um papel essencial nos ecossistemas como predadora de topo, ajudando a controlar populações de presas e a manter o equilíbrio da natureza.

Você sabia que este felino tem um padrão de manchas único, como uma impressão digital? Essas marcas, chamadas rosetas, figura 2 abaixo, são irregulares e distintas para cada indivíduo, permitindo com que pesquisadores identifiquem e monitorem a espécie sem necessidade de captura.

Figura 2: Pelagem amarelo/dourado com manchas pretas e rosetas      
Fonte: Adriano Gambarini - Google

Para estudar essas magníficas felinas, cientistas utilizam armadilhas fotográficas, câmeras automáticas estrategicamente posicionadas em locais frequentados pelas onças. As imagens capturadas registram data, hora e localização, possibilitando um monitoramento detalhado. Como as rosetas são diferentes em cada lado do corpo, fotos de ambos os perfis são essenciais para a identificação precisa.

Além da observação direta em áreas protegidas, pesquisadores analisam cicatrizes, deformidades e características únicas, como tamanho, forma e espaçamento das manchas, além de detalhes na cauda e orelhas. As imagens são comparadas manualmente e por softwares que identificam padrões nas rosetas, formando um banco de dados que acompanha cada onça ao longo do tempo.

O estudo das rosetas vai muito além da identificação visual. Ele permite realizar o monitoramento populacional para estimar quantas onças vivem em determinada área e se a população está crescendo ou diminuindo. Permite também o mapeamento de territórios, revelando como as onças interagem com o ambiente e outras da mesma espécie. Além de analisar como o impacto humano afeta seus hábitos e deslocamentos, e consequentemente ajuda a reduzir conflitos entre humanos e onças, promovendo soluções de convivência harmoniosa.