Terça, 14 Janeiro 2025 20:19

A Estátua da Liberdade e sua mudança de cor ao longo do tempo

Estátua da liberdade ao lado da bandeira dos EUA Estátua da liberdade ao lado da bandeira dos EUA

Por Alda Ernestina dos Santos (alda.santos@ifmg.edu.br)


Erguida majestosamente em Nova Iorque, a Estátua da Liberdade é um dos monumentos mais icônicos do mundo, atraindo milhões de visitantes todos os anos. Essa imponente escultura, que foi um presente da França para os Estados Unidos, simboliza o vínculo de amizade entre as duas nações. Sua imagem é reconhecida em todo o mundo como um símbolo de esperança, oportunidade e liberdade. Para muitos imigrantes, a visão da estátua representa o sonho de uma vida melhor, um refúgio contra a perseguição ou a promessa de uma nova oportunidade.

Inaugurada em 28 de outubro de 1886, a estátua, com altura total de 93 metros desde a base até a ponta da tocha, foi concebida pelo escultor francês Frédéric Bartoldi e teve sua estrutura interna projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel, o mesmo que projetou a Torre Eiffel. A estátua foi construída na França e enviada para os Estados Unidos, onde foi erguida na Ilha da Liberdade, na entrada do porto de Nova Iorque.

A Estátua da Liberdade é coberta por uma fina camada de cobre, de apenas 2,4 mm de espessura, que equivale a cerca de 31 toneladas deste metal. Devido ao revestimento com cobre e à sua exposição ao ar e à umidade, a estátua sofreu uma transformação notável em sua aparência desde que foi inaugurada. Inicialmente, ela apresentava a cor original do cobre, um tom avermelhado, porém, com o passar do tempo, a superfície foi oxidando e adquirindo uma tonalidade esverdeada característica, tal como a conhecemos atualmente.

A mudança de cor da Estátua da Liberdade é resultado de uma série de reações químicas que ocorrem entre o cobre da estátua e o ambiente. Essas reações resultam na formação de uma camada verde, denominada pátina, cujo principal componente é o carbonato básico de cobre. Duas das reações que ocorrem na estátua são:

Oxidação do cobre: o cobre reage com o oxigênio do ar, sendo oxidado a óxido de cobre (CuO).

2 Cu(s) + O2(g) → 2 CuO(s)

Formação do carbonato de cobre: o óxido de cobre reage com o dióxido de carbono (CO2) e a água da atmosfera para formar carbonato de cobre (CuCO3 ⋅ H2O).

CuO(s) + CO2(g) + H2O(g) → CuCO3 ⋅ H2O(s)

O composto CuCO3 ⋅ H2O sofre reações posteriores, produzindo o Cu2(OH)2CO3 (carbonato básico de cobre), que dá origem à pátina, que serve como uma camada protetora que impede a corrosão adicional do cobre subjacente e confere à Estátua da Liberdade seu icônico tom verde-azulado mundialmente reconhecido.

Estátua da Liberdade.png1

Estátua da Liberdade em 1886 e em 2024.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ubgE_TE5ptQ.

Essas reações químicas não apenas alteraram a cor da estátua, mas também contribuíram para a sua preservação ao longo dos anos. A pátina é uma prova da passagem do tempo e das condições ambientais que a Estátua da Liberdade enfrentou desde sua edificação. A formação da pátina ilustra de maneira notável como a Química está presente em aspectos históricos e culturais, moldando e preservando símbolos importantes de nossa história.

Última modificação em Quarta, 15 Janeiro 2025 15:55

COMENTÁRIOS


Importante! Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Nos reservamos o direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou com palavras ofensivas. A qualquer tempo, poderemos cancelar o sistema de comentários sem necessidade de nenhum aviso prévio aos usuários e/ou a terceiros.