A Estátua da Liberdade e sua mudança de cor ao longo do tempo
Por Alda Ernestina dos Santos (alda.santos@ifmg.edu.br)
Erguida majestosamente em Nova Iorque, a Estátua da Liberdade é um dos monumentos mais icônicos do mundo, atraindo milhões de visitantes todos os anos. Essa imponente escultura, que foi um presente da França para os Estados Unidos, simboliza o vínculo de amizade entre as duas nações. Sua imagem é reconhecida em todo o mundo como um símbolo de esperança, oportunidade e liberdade. Para muitos imigrantes, a visão da estátua representa o sonho de uma vida melhor, um refúgio contra a perseguição ou a promessa de uma nova oportunidade.
Inaugurada em 28 de outubro de 1886, a estátua, com altura total de 93 metros desde a base até a ponta da tocha, foi concebida pelo escultor francês Frédéric Bartoldi e teve sua estrutura interna projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel, o mesmo que projetou a Torre Eiffel. A estátua foi construída na França e enviada para os Estados Unidos, onde foi erguida na Ilha da Liberdade, na entrada do porto de Nova Iorque.
A Estátua da Liberdade é coberta por uma fina camada de cobre, de apenas 2,4 mm de espessura, que equivale a cerca de 31 toneladas deste metal. Devido ao revestimento com cobre e à sua exposição ao ar e à umidade, a estátua sofreu uma transformação notável em sua aparência desde que foi inaugurada. Inicialmente, ela apresentava a cor original do cobre, um tom avermelhado, porém, com o passar do tempo, a superfície foi oxidando e adquirindo uma tonalidade esverdeada característica, tal como a conhecemos atualmente.
A mudança de cor da Estátua da Liberdade é resultado de uma série de reações químicas que ocorrem entre o cobre da estátua e o ambiente. Essas reações resultam na formação de uma camada verde, denominada pátina, cujo principal componente é o carbonato básico de cobre. Duas das reações que ocorrem na estátua são:
Oxidação do cobre: o cobre reage com o oxigênio do ar, sendo oxidado a óxido de cobre (CuO).
2 Cu(s) + O2(g) → 2 CuO(s)
Formação do carbonato de cobre: o óxido de cobre reage com o dióxido de carbono (CO2) e a água da atmosfera para formar carbonato de cobre (CuCO3 ⋅ H2O).
CuO(s) + CO2(g) + H2O(g) → CuCO3 ⋅ H2O(s)
O composto CuCO3 ⋅ H2O sofre reações posteriores, produzindo o Cu2(OH)2CO3 (carbonato básico de cobre), que dá origem à pátina, que serve como uma camada protetora que impede a corrosão adicional do cobre subjacente e confere à Estátua da Liberdade seu icônico tom verde-azulado mundialmente reconhecido.
Estátua da Liberdade em 1886 e em 2024.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ubgE_TE5ptQ.
Essas reações químicas não apenas alteraram a cor da estátua, mas também contribuíram para a sua preservação ao longo dos anos. A pátina é uma prova da passagem do tempo e das condições ambientais que a Estátua da Liberdade enfrentou desde sua edificação. A formação da pátina ilustra de maneira notável como a Química está presente em aspectos históricos e culturais, moldando e preservando símbolos importantes de nossa história.
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