Por: Amanda Fonseca Couto (afonseca1103@gmail.com)

Descoberto em 1930 pelo astrônomo americano Clyde Tombaugh, Plutão manteve seu status de planeta até o ano de 2006, quando os astrônomos finalmente decidiram rebaixá-lo do posto. Mas afinal, por que eles fizeram isso?

Plutão foi o primeiro corpo celeste a ser descoberto no Cinturão de Kuiper, uma região além do planeta Netuno, repleta de asteroides e detritos que foram formados durante o surgimento do sistema solar (Figura 1), porém, na época em que foi observado pela primeira vez, pouco se sabia sobre a quantidade de corpos celestes que compunham o cinturão e achavam que Plutão estava sozinho por lá, por esse motivo, apesar do pequeno tamanho (menor até mesmo que nossa própria Lua) e pouco conhecimento sobre o novo objeto espacial, Plutão foi considerado o 9° planeta do sistema solar.

Figura 1 - Representação do Cinturão de Kuiper

Fonte: https://olhardigital.com.br/2023/09/26/ciencia-e-espaco/cinturao-de-kuiper-o-que-e-e-o-que-podemos-encontrar-la/

E assim era formado o sistema solar, até que em 2005, astrônomos fizeram a observação de um corpo celeste com dimensões semelhantes à Plutão no cinturão de Kuiper. A descoberta do novo objeto, denominado Éris, movimentou a comunidade científica, afinal, se Plutão era um planeta, então Éris também deveria ser.

No mesmo ano, apenas alguns meses depois, outro objeto foi encontrado na mesma área, um pequeno corpo celeste chamado de Makemake, e assim, num curto período de tempo, o sistema solar ganharia mais dois planetas.

Foi então que a União Astronômica Internacional (UAI) precisou intervir. Com o avanço da tecnologia e da exploração espacial, o Cinturão de Kuiper, que antes era lar de apenas um planeta, se revelou uma área cheia de novas descobertas. Devido à semelhança dos “novos planetas” com Plutão e a possibilidade de mais deles serem encontrados, a UAI decidiu definir os requisitos que um corpo celeste precisa ter para ser considerado um planeta, que são:

- Orbitar uma estrela;
- Ter gravidade suficiente para assumir um formato esférico;
- Ter a órbita livre, ou seja, sem a influência de outros corpos celestes.

Plutão, assim como os novos objetos descobertos, orbitam o Sol e também são esféricos, porém sua órbita, ou seja, o caminho que eles fazem em torno do Sol, é ocupado por diversos outros corpos celestes. Então, a UAI decidiu criar uma nova categoria para enquadrar esses objetos que não possuem os pré-requisitos para serem reconhecidos como um planeta, eles agora passariam a ser chamados de “planeta-anão”.

Então foi assim que Plutão deixou de ser planeta para se tornar um planeta anão, mas não pense que ele está sozinho. Atualmente, a UAI reconhece 5 planetas anões no sistema solar, sendo eles:

Plutão: o maior representante da categoria, descoberto em 18 de fevereiro de 1930 e reconhecido como planeta anão em 24 de agosto de 2006.

Éris: descoberto em 5 de janeiro de 2005 e reconhecido como planeta anão em 2006. Seu descobrimento levou os astrônomos a questionarem a definição de “planeta”

Makemake: descoberto em 31 de março de 2005 e reconhecido como planeta anão em 11 de julho de 2008.

Haumea: descoberto em 28 de dezembro de 2004 e reconhecido como planeta anão em 17 de setembro de 2008. Haumea possui um formato oval devido ao seu rápido movimento de rotação.

Ceres: descoberto em 1 de janeiro de 1801, pelo astrônomo italiano Giuseppe Piazzi. Foi reconhecido como planeta anão em 2006. Ceres está localizado no Cinturão de Asteroides entre os planetas Marte e Júpiter e antes de ser considerado planeta anão, Ceres já foi classificado como planeta e como asteroide.

Os planetas anões podem até ser pequenos, mas suas descobertas possuem uma enorme importância para a astronomia. Até hoje, eles despertam fascínio e continuam sendo objeto de intensas pesquisas para a comunidade científica.